sexta-feira, 19 de abril de 2013

CONVERSAS E CONVERGÊNCIAS: VOCÊ SABIA?



A primeira teorização sobre teatro vieram dos antigos gregos, sendo a primeira obra escrita de que se tem notícia, “A Poética” de Aristóteles. A palavra Teatro vem do grego Théatron que significa lugar físico do espectador, “lugar onde se vai para ver”. O Teatro, mais do que ser um local público é o lugar condensado da vivência das ambiguidades e paradoxos, onde as coisas são tomadas em mais de um sentido. A palavra Teatro e o conceito de Teatro, como algo independente da religião, só surgiram na Grécia de Pisístrato (560-510a.C.)

O primeiro evento com diálogos registrado foi uma apresentação anual de peças sagradas no Antigo Egito do mito de Osíris e Ísis, por volta de 2500 AC. Existem várias teorias sobre a origem do teatro. Mas nenhuma delas pode ser comprovada. A Bahia  e Pernambuco têm juntos o maior número de Teatros da região Nordeste: 126!

Na Bahia, 63,33% dos Teatros estão na capital Salvador. Na capital existem 71.000 habitantes para cada Teatro existente. 23,98% dos municípios da Bahia realizam mostras ou festivais de teatro. Dos 417 municípios da Bahia 20,86% possuem escolas, cursos ou oficinas de Teatro. 9,11% dos municípios baianos realizam concurso de dramaturgia. 47,48% dos municípios possuem grupos de teatro. Em Salvador, apenas 8% da população freqüenta shows, espetáculos e concertos musicais. Destes, 46% preferem ouvir música; 29% reunir-se com amigos; 24% ler livros.

Apenas 3 cidades da Bahia possuem cursos de graduação em Teatro. A FUNCEB investiu mais de R$ 4.000.000,00 de reais no Teatro, entre os anos 2007 e 2010. Mas, ainda é muito pouco em comparação a demanda existente. Geralmente, apenas 10% dos projetos inscritos são contemplados com recursos dos editais lançados.

O Festival Internacional de Artes Cênicas (FIAC), realizado pela primeira vez em 2008, é considerado o maior do gênero no norte e nordeste do país. O Teatro é disciplina obrigatória no primeiro ciclo da Educação Escolar em Portugal. O Teatro na Escola permite ao aluno evoluir na socialização, criatividade, coordenação, memorização, vocabulário e muitos outros. Segundo o site Educar Para Crescer, existem 10 motivos para seu filho fazer Teatro: Aumenta a auto-estima; Melhora a timidez; Aprimora a habilidade de relacionar-se com os outros; Faz com que a criança se conheça mais; Desenvolve consciência corporal e coordenação motora; Ensina a trabalhar em grupo; Desenvolve habilidades cognitivas como memória e raciocínio; Expande o repertório cultural; Melhora desempenho escolar; Propicia o fazer poético.

Estas e outras conversas estarão presentes em “Teatro e Teatralidade: Conversas & Convergências”, seminário que propõe à criação de políticas públicas para o Teatro da Bahia, acontece no período de 25 a 27 de abril, no auditório da Torre da Universidade Estadual de Santa Cruz. A abertura será no dia 25, às 9:30 horas. A realização deste seminário resultará em informações que contribuirão para a definição de diretrizes, convergências e estratégias do Plano Setorial de Teatro da Bahia. Será um instrumento de diálogo entre poder público, sociedade civil e os agentes culturais. Saiba mais em: www.teatroeteatralidade.blogspot.com

quarta-feira, 17 de abril de 2013

REINICIAM ENSAIOS DA PRÓXIMA PEÇA DO TEATRO POPULAR DE ILHÉUS


Leitura do Texto/Foto: Karoline Vital

O elenco do Teatro Popular de Ilhéus (TPI) volta a ensaiar seu próximo espetáculo: 1789 – Engenho de Santana – Uma Revolução Histórica. O cronograma de atividades foi reiniciado no último dia 08 e seguem de segunda a sexta-feira, na Tenda do TPI, na Avenida Soares Lopes. Durante as tardes de quinta-feira, atores, atrizes, músicos e bailarinos participam de estudo dirigido com o historiador pós-doutor Marcelo Henrique Dias. A data prevista para estreia é 02 de julho.
            A montagem foi uma das contempladas pelo edital setorial de teatro do Fundo de Cultura da Bahia. Suas atividades preparatórias começaram em novembro do ano passado, com o projeto de debates Improviso, Oxente! sobre a Ilhéus do período colonial e o Engenho de Santana. Mas, com a demora de liberação dos recursos, sofreram uma pausa.  As ações puderam recomeçar após o pagamento da primeira parcela do financiamento previsto, permitindo o cumprimento do cronograma estabelecido.
Além dos artistas do TPI, o espetáculo conta com atores, músicos e bailarinos do Terreiro Matamba Tombenci Neto. O grupo é remanescente do Engenho de Santana, onde, entre 1789 e 1791, aconteceu a rebelião dos escravos que inspira a peça. Além dos ensaios, leituras e estudos regulares, entre os dias 24 e 27 deste mês, o elenco participará de oficina com o dramaturgo e diretor teatral Márcio Meirelles.

O espetáculo
            Para contar a história da primeira greve do Brasil, 1789 – Engenho de Santana – Uma Revolução Histórica começa no futuro, em uma fábrica de processamento de cacau no ano de 2089. Nela, funcionários insatisfeitos, relembram o levante dos escravos ocorrido 300 anos antes. E, assim, começará a ser contada a história de quando negros paralisaram seus trabalhos, tomaram o Engenho e entregaram uma carta de reivindicações aos colonos. O texto e a direção são de Romualdo Lisboa. A produção é de Pawlo Cidade, através da entidade sociocultural Associação Comunidade Tia Marita.

domingo, 14 de abril de 2013

Memórias e Saberes: Registro Construtivo e Coletivo na Vivência Teatral


A persistência do tempo, de Salvador Dali
Em momentos de intensa criatividade, nossa memória pode falhar e quebrar a continuidade da linha de transmissão do texto verbal da peça. Esta preocupação de lembrar-se das palavras, quando um ator está inseguro de si, priva-o da capacidade de entregar-se livre e inteiramente à intensidade de seu espírito criador. Ter boa memória é um requisito fundamental para um ator, já dizia Stanislavski. Em “Memórias e Saberes: Registro Construtivo e Coletivo na Vivência Teatral”, oficina que será coordenado pela filósofa e diretora teatral Jocélia Kaffer no seminário Teatro e Teatralidade: Conversas e Convergências, irá discutir o resgate da memória afetiva no processo de desenvolvimento pessoal do ator, para a valorização de sua história em busca de formação técnica e excelência profissional.

“Nossa arte deve ter uma linha integral e contínua, que provém do passado, atravessa o presente e vai para o futuro. Só quando um ator chega a uma compreensão mais profunda de seu papel e a uma visualização de seu objetivo fundamental é que emerge, aos poucos, uma linha que podemos chamar de um todo contínuo,” acrescenta Stanislavski.

Jocélia Kaffer só é pequena. Mas, possui vasta experiência em pedagogia teatral; atriz, diretora, dramaturga, escritora, poetisa, contadora de histórias, educadora sociocultural, diretora técnica de produção; diretora do Departamento de Arte e Cultura do MEPI - Movimento de Educação e Promoção Social de Ilhéus, onde vem exercendo ações socioculturais no município de Ilhéus desde 1994; ex-diretora cultural do Conselho de Entidades Afros de Ilhéus; ex-diretora de cultura do Dilazenze; conselheira do CMDCA – Conselho Municipal da Criança e do Adolescente; articuladora cultural e autora dos espetáculos “O Sussurro do Clitóris” e “Fala Poética do Clown” foi atriz e assistente de produção do Núcleo de Artes da Universidade Estadual de Santa Cruz durante cinco anos.

Agora, está a frente deste novo desafio: apontar o caminho construtivo e coletivo na vivência teatral. Para isso, terá como pano de fundo a memória, principal responsável quando nós, diretores e atores, estamos em momentos de intensa criatividade. E, também, os saberes. A experiência é um elemento indispensável ao bom andamento do trabalho. E, esta só se adquire na vivência. Isto significa que memória, experiência/saber e vivência formam um triplé capaz de dar sustentação ao trabalho do ator.

A experiência faz com que o ator/atriz rememore nos mínimos detalhes algum fato que no passado tenha impressionado sua emoção. Isto faz com que provoque em si novamente emoções similares àquela sentida originalmente. “Desta forma, o ator pode então fazer com que sua memória reviva as sensações que teve outrora”, diz Stanislavski em seu livro “A Preparação do Ator.” Ele ainda afirma que a memória tem a capacidade de aprofundar as impressões emocionais, tornando-as, então, fonte inesgotável do trabalho do ator. O tempo é um esplêndido filtro para os nossos sentimentos evocados.

É claro que a memória por si só não transformará o ator. Mas, “uma variedade infinita de combinações de objetivos e circunstâncias dadas que você terá preparado para seu papel e que foram fundidas na fornalha da sua memória de emoções.”

A oficina “Memórias e Saberes: Registro Construtivo e Coletivo na Vivência Teatral”, será realizada no Seminário Teatro e Teatralidade: Conversas e Convergências, dia 26 de abril, das 16:00 às 20:00 horas, na Universidade Estadual de Santa Cruz, com apoio institucional da Fundação Cultural do Estado da Bahia, Secretaria de Cultura do Estado e Governo do Estado da Bahia. Apoio do SEBRAE e da UESC.