Cena da peça "Teodorico Majestade"
Para entender o enunciado acima, é preciso primeiro entender o conceito de Política. A palavra tem origem nos tempos em que os gregos estavam organizados em cidades-estado chamadas “polis”, nome do qual se derivaram termos como “politiké” (política em geral) e “politikós” (dos cidadãos, pertencente aos cidadãos). No sentido comum, vago, e às vezes um tanto impreciso, política, como substantivo ou adjetivo, compreende arte de guiar ou influenciar o modo de governo pela organização de um partido político, pela influência da opinião pública, pela aliciação de eleitores. É o que diz a Wikipédia.
Pois bem, tomando-se política no sentido etimológico do termo, concordar-se-á que todo Teatro é necessariamente político, visto que ele insere os protagonistas na cidade ou no grupo. A expressão designa, de maneira mais precisa, o teatro de agit-prop (termo proveniente do russo agitatsiya-propaganda/agitação e propaganda. É também uma forma de animação teatral que visa sensibilizar um público para uma situação política ou social, como as peças “Teodorico Majestade” e “O Inspetor Geral”, do Teatro Popular de Ilhéus), o teatro popular, o teatro épico brechtiano e pós-brechtiano, o teatro documentário, o teatro de massa, o teatro de político-terapia de Augusto Boal. Estes gêneros, segundo Patrice Pavis, têm características comuns a uma vontade de fazer com que triunfe uma teoria, uma crença social, um projeto filosófico. A estética é então subordinada ao combate político até o ponto de dissolver a forma teatral no debate de ideias.